Crise no mercado do tecnobrega DETECTED - SUPERINFOR.COM

Gaby Amarantos vai se apresentar no Festival cinema de Cannes, na França. Gang do Eletro está com seus disco de estréia lançado pela gravador Deck e está aparecendo em diversos programas de mídia de alcance nacional. Marlon Branco vai aparecer no programa da Fátima Bernardes. Isso significa que o tecnobrega está em alta, certo? Errado. Essa impressão não poderia ser mais errada. O tecnobrega está em crise. O tecnobrega está sangrando em uma hemorragia que pode lhe ser fatal.

Para que você, nobre leitor que não é do mercado do tecnobrega do Pará ou que não more no estado, possa entender o que está acontecendo, observe com atenção as duas imagens abaixo. Uma é o anúncio de uma nova casa de shows em Belém, outra é a capa de uma coletânea, produzida por um DJs da mesma cidade. Tente observar com atenção as imagens e tentar descobrir o que há de errado, muito errado nelas






Descobriu? Não? então me diga, onde estão os nomes das bandas. Uma é uma casa de shows, cadê as bandas que farão esses shows? Outra é uma coletânea de músicas, cadê as bandas que produzirão essas músicas?

Em 2009 a Fundação Getúlio Vargas encomendou um estudo sobre como funcionava - e funcionava bem, para todos os envolvidos - o mercado do tecnobrega. O estudo resultou no livro chamado Tecnobrega - O Pará reinventando o mercado da música, organizado pelo jornalista Ronaldo Lemos. O livro pode ser baixado aqui. Quatro anos depois esse mercado está em ruínas. Perdeu-se por completo o equilíbrio que tanto encantou a equipe de pesquisa da FGV.

Hoje em dia, na equação Rádios/Aparelhagens/DJs de coletâneas/Bandas, as bandas são as que tem menos moral. Além de terem que exaltar as aparelhagens nas letras das músicas, ainda tem que pagaram para suas músicas serem tocadas na festas. Já as rádios praticamente sempre foi mais ou menos assim, com o famoso jabá. Pra completar de complicar ainda mais a situação, os DJs estão se achando na condições de fazerem exigências para as bandas.

Capa da coletânea do Pith Batidão - Fazendo a coisa certa, dando nomes aos bois

Ontem o produtor Pith Batidão abriu um tópico em seu perfil do Facebook pedindo para que os DJs colocassem nas capas de suas coletâneas, além do nome das músicas, também o nomes das bandas. Até porque muitas músicas tem nomes iguais, o que dificulta até a vida do ouvinte. Ressalte-se que foi uma crítica construtiva, tentado ajudar os DJs a melhorar ainda mais seus produtos. Pois não é que eles aproveitaram a oportunidade de saírem do armário e com isso deixarem sair também uma cacetada de esqueletos.

Eles em peso alegaram que se as bandas quiserem ter "essa moral" também deveriam "dar moral" e gravar para eles, de graça!, vinhetas com seus nomes para colocarem nas coletâneas. Com toa a mais absoluta certeza esse é o fim da picada, o último grau do desequilíbrio. A ferida mortal no mercado do tecnobrega.

Esse assunto não se encerra com essa postagem. Tem muito mais coisas a serem ditas sobre o atual mercado do tecnobrega. Arrisco a dizer que nos últimos anos nosso blog foi o único espaço em que o tecnobrega foi noticiado e discutido com seriedade e respeito. Continuaremos com essa missão. Esta é apenas a primeira postagem de uma série. Espero que com o feedback que possivelmente teremos após a publicação deste texto, mais fatos venham a tona e sejam amplamente discutidos, na esperança de se encontrar uma solução para essa crise, que com certeza não será simples, mas esperamos que possível.




VIA:MUSICA ORIGINAL BRASILEIRA
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